Não temos parlamentarismo, mas temos primeiro-ministro.
Uma vez que todos sabem, é o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que hoje quebrou um longo e embaraçoso silêncio para vir a público proteger as urnas atacadas pelo seu grande parceiro hoje no poder, o presidente Jair Bolsonaro.
Poder que foi oferecido a ele Lira, de forma inédita.
O presidente da Câmara, ou primeiro-ministro, porquê quiserem, controla uma gorda fatia do orçamento.
Ele diz que é pouco, exclusivamente 0,03%. A folgança de Lira com os números não engana ninguém.
Daquela secção que o governo pode gastar porquê quiser, a secção discricionária, nosso primeiro-ministro controla 24%.
É o tal orçamento secreto, através do qual, muito, através do qual se faz política.
A confusão toda em torno das urnas agrada a Bolsonaro, mas é ruim para os negócios políticos.
Lira está atuando, no fundo, para ninguém fazer muita marola.
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