O presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou, nesta segunda-feira, as críticas a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e às urnas eletrônicas e disse que conversará com embaixadores do país para falar sobre a segurança do pleito. Ele voltou a declarar que o ministro do Supremo Tribunal Federalista Edson Fachin, atual presidente do TSE, trabalha em prol da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações ocorreram em entrevista à emissora Agro+.
“Na semana passada, o ministro Fachin convida e aproximadamente 70 embaixadores vão ao TSE para ouvir dele as maravilhas que são as urnas eletrônicas brasileiras, que não são adotadas em nenhum país do mundo, a não ser Bangladesh e Butão. E basicamente deixa transparecer que estou duvidando do sistema eleitoral, preparando um golpe para pós-eleições. E deixa evidente, nas palavras dele, que, uma vez anunciado o resultado das eleições, o mundo todo deve reconhecer imediatamente Lula uma vez que presidente da República eleito”, disse o presidente.
Mais tarde, Bolsonaro afirmou que deverá conversar diretamente com os representantes diplomáticos depois de retornar da Cúpula das Américas. “Pretendo, na volta dos Estados Unidos convocar embaixadores a conversarem comigo sobre eleições”, declarou o presidente, que retomou as críticas diretas a Fachin.
“Deixo muito evidente o que está acontecendo. Há dois anos, o Fachin falou que o Lula teria que ter participado do processo eleitoral pelo muito da democracia, e não podemos olvidar que foi ele [Fachin] o relator do processo que retirou o Lula da cárcere, e agora está primeiro do TSE. Ou seja: um tremendo desgaste dele para tirar o Lula da cárcere, está primeiro do TSE e tudo faz para que não haja transparência e, obviamente, escolher o Lula de forma não admissível, no meu entender”, acusou Bolsonaro.
Atuação de ministros leva à suspeição do processo, diz presidente
Além das críticas a Fachin, o presidente citou novamente o questionário da Polícia Federalista sobre a atuação de invasores em sistemas internos do TSE em 2018 – não relacionado com as urnas eletrônicas – e disse que a atuação do órgão “leva a suspeição ao nível mais supino”. “A forma uma vez que os ministros Alexandre de Moraes, [Luís Roberto] Barroso e Fachin agem. Eles não aceitam qualquer participação de fora para você participar do processo eleitoral.”
“Eles convidam as Forças Armadas, por portaria, a participar de uma percentagem de transparência eleitoral. As Forças Armadas levantam centenas de vulnerabilidades e apresentam nove sugestões. Apresentadas as sugestões, o TSE acolhe uma ou outra sem muita valia e as mais importantes o TSE não aceita discutir, e vai para o embate. O candidato que talvez duvidar ‘eu casso o registro e prendo’. Quem disse isso foi Alexandre de Moraes”, afirmou Bolsonaro.
Depois, ao falar sobre o enfrentamento com Lula, o presidente retomou mais uma vez a sua suspicácia do sistema eleitoral brasílico. “No meu tempo, ganhava eleição quem tinha voto dentro da urna. Agora, parece… eu quero que eu esteja incorrecto, é um recta meu vacilar, eu espero que não ganhe eleições quem tem colega para narrar o voto dentro do TSE”, atacou Bolsonaro.
A CNN procurou os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes sobre as falas de Bolsonaro e aguarda resposta.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
*Publicado por Marcelo Tuvuca, com informações de João Victor Soares, da CNN
Fotos – Momentos marcantes das eleições brasileiras
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Apuração de votos nas eleições de 1960
Crédito: Registro Pátrio
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Mesários auxiliam na votação para a eleição em São Paulo
Crédito: Registro Pátrio – 27.mar.1957
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Presidente Moca Rebento vota nas eleições de 1955
Crédito: Registro Pátrio – 3.out.1955
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Pessoas aguardam na fileira para votar em 1954
Crédito: Registro Pátrio – 3.out.1954
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Mulher deposita seu voto na urna nas eleições de 1954
Crédito: Registro Pátrio – -3.out.1954
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Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) vota nas eleições para vereadores do Província Federalista – o Rio de Janeiro, na idade – em 1947
Crédito: Registro Pátrio – -19.jan.1947
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José Linhares, que presidiu o Brasil interinamente entre outubro de 1945 e janeiro de 1946, saindo da cabine de votação depois depositar seu voto na urna em 1945
Crédito: Registro Pátrio – 2.dez.1945
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Pioneira Almerinda Farias Gama deposita seu voto na urna na eleição de representantes classistas para a Plenário Pátrio Constituinte de 1934. Ela foi a única mulher a votar uma vez que delegada na eleição para a Constituinte
Crédito: CPDOC/FGV
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Jovem eleitora deposita o voto em urna, nas eleições municipais de 1988
Crédito: Museu do Voto (TSE) – 15.nov.1988
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Presidente Juscelino Kubitschek vota nas eleições de 1958
Crédito: Museu do Voto (TSE) – 3.out.1958
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Eleitores do interno de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998
Crédito: Museu do Voto (TSE)
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Eleitores do interno de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998
Crédito: Museu do Voto (TSE)
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Aliados comemoram eleição de Tancredo Neves, em janeiro de 1985
Crédito: Célio Azevedo/Filial Senado – 1.jan.1985
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Sufragista insere voto em urna de metal na eleição de 1945
Crédito: Núcleo de Memória Eleitoral do TRE-SP – 2.dez.1945
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Varão repara urnas de madeira para provável utilização na eleição de 1945
Crédito: Núcleo de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Fenda de urna de madeira, em uma junta apuradora do TRE/SP, na eleição de 1945
Crédito: Núcleo de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Eleitores aguardando o momento de adentrar a seção eleitoral, em São Paulo, na eleição de 1945
Crédito: Núcleo de Memória Eleitoral do TRE-SP – 2.dez.1945
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Apuração de votos realizada por uma junta apuradora do TRE/RJ, na eleição de 1945
Crédito: Museu do Voto (TSE)
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Quadro de uma seção eleitoral no estado de São Paulo na eleição de 1945
Crédito: Núcleo de Memória Eleitoral do TRE-SP – 2.dez.1945