Inovações em Educação
Documento ressalta a urgência de expandir as oportunidades educacionais e de um acordo para novo contrato social que beneficie todas as crianças e jovens
O exercício de prever como será a educação em 2050 precisa primeiro considerar como corrigir desigualdades e oferecer novas possibilidades de aprendizagem para crianças. O que precisamos continuar fazendo, o que deve ser abandonado e o que deve ser recriado? Pensando em respostas para essas questões, um estudo publicado pela Unesco (agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no final de 2021 estabelece princípios e avança nos debates que, em breve, farão parte da agenda de governos e discussões dentro e fora da escola.
Chamado “Reimagining our futures together: A new social contract for education” (“Reimaginando juntos nossos futuros: Um novo contrato social para a educação”), o documento preparado por uma comissão chefiada pela presidente da Etiópia Sahle-Work Zewde pretende ressonar da mesma forma que o texto de 1996 “Educação: um tesouro a descobrir”, conhecido como relatório Jacques Delors, que comandou iniciativa similar.
Por que falar disso agora?
Crianças e jovens serão essenciais em diferentes áreas que atualmente já passam por grandes transformações. Por exemplo: alguns países já começam a colocar em prática planos de descarbonização, substituindo combustíveis fósseis por fontes de energia renovável, o que impacta o modo de consumo e de vida das populações.
Pelo lado político, enquanto democracias são ameaçadas por líderes populistas, também florescem iniciativas de participação destinadas a fortalecer a luta por justiça social. Esse cenário também é envolto por expansão e exclusão digital, em que a tecnologia já impacta, por meio do avanço da inteligência artificial, o modelo de tradicional de trabalho.
Por que um novo contrato social para a educação?
Para dar conta das demandas, a Unesco defende a criação de um novo Contrato Social Para a Educação, no qual todos os integrantes da sociedade atuem por benefícios comuns a partir de dois princípios básicos: acesso à educação de qualidade por toda a vida e fortalecimento da educação como um bem comum.
Segundo Sahle-Work Zewde, é necessário transformar a educação. “O respeito pelos direitos humanos e a preocupação com a educação enquanto um bem comum deve se tornar os fios centrais que unem nosso mundo compartilhado e futuro interconectado”, ressaltou na apresentação do documento.
Ao longo do século 20, a educação pública tinha como foco apoiar a cidadania nacional e os esforços de desenvolvimento ao tornar a educação obrigatória para crianças e jovens. Hoje, diante dos riscos mencionados acima, a Unesco clama por união em torno de esforços coletivos e de acesso a conhecimento e à inovação necessários para moldar um futuro sustentável e pacífico para todos, ancorado na justiça social, econômica e ambiental.
Este artigo continua na próxima edição.
Fonte: Agência Porvir