Em debate realizado pela CNN nesta segunda-feira (6), os deputados federais Filipe Barros (PL – PR) e Ivan Valente (PSOL – SP) comentaram a enunciação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que “gente” de um governante “não tem pudor de ter matado a Marielle [Franco]”.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi envolvido no caso em seguida o porteiro do seu condomínio Vivendas da Barra declarar que o dirigente do Executivo autorizou a ingresso do ex-PM Élcio Queiroz no lugar. Queiroz é suspeito de ter dirigido o coche de onde partiram os tiros que mataram a vereadora. Marielle e o seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados em 14 de março de 2018.
Apesar do petista não ter citado o nome de Bolsonaro, a resguardo do dirigente do Executivo irá processar Lula pela provável referência.
Para Filipe Barros, a fala de Lula é uma tentativa do pré-candidato à Presidência da República de “invocar atenção”. Segundo o deputado, o petista está em primeiro nas pesquisas eleitorais, mas não consegue mobilizar eleitores nas ruas. Por isso, procura polarizar a eleição trazendo o caso Marielle para a taxa. “Quem se utiliza politicamente [do caso Marielle], é a esquerda”, diz.
O parlamentar do PL avalia ainda que a resguardo de Bolsonaro está correta em processar o ex-presidente pela fala. Em sua opinião, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), devia incluir Lula no interrogatório das fake news pela enunciação.
Barros também afirma que, além da investigação sobre a morte da vereadora, ele deseja saber quem contratou Adélio Papa para chacinar Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.
Ivan Valente, por sua vez, acredita que o presidente não irá conseguir zero processando Lula, já que em nenhum momento o nome de Bolsonaro foi citado diretamente.
O parlamentar avalia que a início de um processo é uma tentativa de Bolsonaro fugir do que “realmente interessa”. “Ele tem que terceirizar culpa com governadores, prefeitos, com o STF, TSE e, evidentemente, quer tirar o foco das questões. É óbvio que ele vai querer uma criminação que não houve”, considera.
“O que eu posso declarar, e o Lula tá evidente, é que as ligações de Bolsonaro com milicianos são explícitas. Ele contrata milicianos para trabalhar no seu gabinete, uma vez que Fabrício Queiroz e Adriano da Nóbrega”, aponta o deputado do PSOL.
Assista ao debate completo no vídeo supra
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