As ações da Eletrobras fecharam em subida no pregão desta quinta-feira (9), antes de ser determinado a precificação de seus papéis no processo de privatização. Os ativos ordinários (ELET3) subiram 2,14%, a R$ 43,04, enquanto os conhecidos porquê preferenciais (ELET6) tiveram subida de 2,09%, a R$ 42,50.
A demanda pelos papéis, segundo analistas ouvidos pela Reuters, estava perto de R$ 70 bilhões, duas vezes o valor projetado para a oferta. O preço será definido com base na demanda da oferta. O prospecto da operação considerava o valor da ação em R$ 44, cotação de fechamento quando a operação foi lançada.
Apuração da comentador de economia da CNN Priscila Yazbek também mostra que corretoras e bancos estimam que as ações cheguem a um preço médio de R$ 54,11, uma valorização de mais de 20% ainda esse ano.
A expectativa é de que comecem as negociações na B3 na próxima segunda-feira (13).
Com o processo de capitalização, o governo abrirá mão de estancar a maior fatia das ações da estatal, abrindo caminho para que ela passe a ter controle de acionistas independentes. A operação, segundo cômputo do governo federalista, deve movimentar tapume de R$67 bilhões e a União espera recolher ao menos R$25 bilhões.
A Eletrobras é maior empresa de geração e transmissão de força da América Latina, e pode se tornar um importante ator da transição energética em seguida a oferta bilionária de ações prevista para esta semana retirar o governo do controle da companhia, marcando a maior privatização de uma empresa no Brasil em mais de 20 anos.
Compra de ações
O prazo para os trabalhadores fazerem suplente de ações da Eletrobras utilizando o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) terminou na quarta-feira (8).
No entanto, o banco informou que, para aqueles que perderam o prazo, não existe a expectativa de retorno dessa possibilidade, uma vez que ela depende de vários trâmites legais para ser autorizada.
Procurada, a Eletrobras informou, em nota, que “qualquer novidade informação a leste reverência será comunicada formalmente ao mercado”.
Segundo especialistas, caso o trabalhador tenha perdido o prazo, não poderão mais realizar o operação via fundo. “Ainda é provável fazer a compra de ações da empresa, mas não mais utilizando os recursos do FGTS”, explica Gustavo Fabricio, sócio da RPS Capital.
Entenda a capitalização
Quando se fala de privatização no Brasil, sempre há o entendimento de que o Governo Federalista irá vender certa empresa para um grupo ou companhia que remunerar o maior preço.
Não é o caso da Eletrobras. Sua privatização irá intercorrer via mercado de capitais: ou seja, as ações da companhia serão pulverizadas entre vários acionistas. O governo é o controlador majoritário, com mais de 70% das ações. Ele vai continuar sendo o acionista majoritário, mas ganhará vários sócios por meio dessa venda.
A Eletrobras vai vender novas ações no mercado, diluindo aos poucos a participação do governo — até que ele detenha 45%. O processo acaba sendo uma privatização porque a Eletrobras deixa de ser gerida porquê uma estatal, porquê é hoje.
A empresa passa a ser gerida porquê uma holding, em que o governo segue porquê acionista majoritário, mas a maior segmento do seu capital está diluído no setor privado.
Dessa forma, são criadas condições para proporcionar maior capacidade de investimento da estatal, com lucro de eficiência, redução de custos e prestação de serviços mais segura e eficientes.
A Eletrobras é responsável por 30% da geração e quase 40% da transmissão de força do país hoje, tendo sido maior no pretérito, mas acabou reduzindo mercado porque perdeu capacidade de investimento e de gestão.
*Com informações da Reuters e do CNN Brasil Business
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